Viagem ao Senegal (Dia 6)

Pela manhã, do terraço de nossa casa era esta a vista:
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Depois de uma visita por Somone fomos em direcção à reserva natural de Bandia. Os preços praticados eram excessivos para fazer uma volta de jipe para ver os animais selvagens, então decidimos não ir e pensar em nos deslocar até ao Senegal profundo. Ainda assim vimos vários de graça:
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No entanto, quisemos ir até à aldeia das tartarugas, um mini parque em que protegem e seria uma oportunidade única. Havia uma enfermaria onde eram tratadas, um local com diferentes espécies e depois divisões entre as mais pequenas até às mais velhas. Aqui fica uma das mais antigas:
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O guia, que aqui já se estava a tornar um amigo, pediu para fazer um desvio e ir visitar os pais e amigos. Claro que deixámos e aproveitámos para conhecer melhor o povo. À partida as crianças começaram a correr atrás do nosso carro:
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Rua de Nhac, ao lado de Lac Rose (Lago rosa):
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Devido ao meu gosto pela música, e de outra rapariga, o guia disse que havia uma terra onde havia os melhores Djembés e implorámos para lá ir. Depois da longa viagem, estacionámos o carro e fomos pela praia. Esta imagem impressionou-me por ser digna de um postal e também pela minha formação, eram imponentes aquelas formações geológicas e eram impensáveis aquelas construções de elevado risco num país ocidental:
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Como na maioria das localidades habitadas, o lixo abundava e infelizmente mistura-se com a natureza:
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Vimos os pescadores a retirar peixe fresco e a comercializá-lo logo ali:
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Enquanto que pelas ruas eram as crianças que reinavam e nos roubavam sorrisos:
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Chegámos ao local que ansiávamos mesmo na hora certa. Aqui, juntam-se ao pôr-do-sol para beber café Toubá (café típico do Senegal que é uma mistura de café e chá) e tocar Djembé numa espécie de oração. Ficámos impressionados por os jovens mais velhos tratarem tão carinhosamente dos mais novos, enchendo-lhes as malgas que timidamente traziam. Nós éramos uns estranhos a assistir mas aquela generosidade estendeu-se e fomos brindados por pão e café, como se fizéssemos parte do grupo:
FT
A partir daí sentimos que as nossas diferenças deixaram de existir:
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E já todos nós trocávamos de instrumentos. Estas mini-cabaças comprámos na ilha de Gorè e os mais pequenos fizeram questão de nos ensinar os seus dotes:
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Um dos "líderes" ensinou-me como se tocava a pares e os mais novos viam no meu Djambé a oportunidade de brincar sem ouvir raspanete:
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Com o anoitecer, voltámos para a nossa casa. Este era o dia em que íamos render o Renault que nos tinha acompanhado e era tempo de decidir o que fazer nos próximos. Recebemos a visita de um dos amigos do nosso guia, que tinha conversado naquela curta passagem pela sua terra. Encontrou oportunidade de negócio e queria ser nosso guia alugando-nos um Jipe. Foi então que decidimos ir até ao interior do Senegal. Alugámos-lhe um 4x4 por 4 dias e ia ser o recomeço da aventura, mas com o nosso guia! Mesmo assim ficou satisfeito e acabámos a noite a aprender músicas e danças africanas:
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12 comentários:

Sara Levy disse...

Uau! Essa viagem...deixa-me a sonhar. Praticaste o francês?

Beijinho

cê-agá disse...

adoro a mistura de cores...se é que me entendes :)

Mia disse...

Gosto imenso das tuas fotografias. ;)

Beijinhos

Mia

Herético disse...

O mais lindo é o constate contacto com a "vida animal" que se tem por aí. Ver animais em praias e em estradas de terra batida é apenas ver, nós continuamos sempre um tanto presos na nossa mente de senhores engravatados; mas sentimo-nos livres como nunca.

Sílvia Barros disse...

A tua primeira foto faz-me lembrar uma que tenho do México, tem imensas coisas parecidas.
Gosto da forma como a história se desenrola, sem dúvida algo que é eterno na memória de quem a viveu. As paisagens, as pessoas, os momentos, dariam um livro bem interessante!

Bid disse...

Sara: Eu nasci em França, vivi lá a minha infância e pratico todas as férias de verão, mas neste caso foi bom pois era um francês por vezes estranho e era requisitado para interprete! Fixe foi aprender umas palavras de Wolof (segunda língua do Senegal) =)

cê-agá: Misturas é bom! Sempre foi! =)

Herético: Sabes o que eu acho? É que isto vai levar uma grande volta! Nós estamos a começar a dar importância a esse lado do contacto com a natureza e eles que o têm querem ter tecnologia e andar de fato. Numa das conversas pela noite dentro que tive com uns habitantes tentei-lhes mostrar que a geração dos meus pais/avós tinha tanto como eles e que nós agora não éramos felizes com o que temos.

Sílvia: Antes de morrer tenho que escrever um livro (e ainda falta a parte do filho =P), mas não sei se será sobre viagens. Há milhares e milhares de pessoas que viajam tanto e têm experiências mil vezes superiores! Mas sim, para mim ficará guardado =)

Mary Jane disse...

Estas fotografias são um verdadeiro atentado, já te disse muitas vezes... Se fosse aqui ao lado, ia já amanhã! E não sei se voltava... Mas falta-me sem dúvida partir à aventura e deixar a zona de conforto. Não sei se algum dia terei coragem suficiente para o fazer, mas não era nada mau para mim. E as crianças? As crianças são tão lindas! A sério que começo a compreender a Angelina Jolie...

VerdezOlhos disse...

Estas fotos parecem todas tiradas de um qualquer filme de época ou irreais. A verdade é que a experiência deve mesmo ter sido surreal daí, se calhar, a transmissão ser essa.
Que bela viagem!

Margarida disse...

Algumas destas fotoas podiam sido tiradas no Quénia, de Malindi até Mambrui, ou em pleno Tsavo East.
Por isso te digo, que se fores como eu, daqui a 10 anos recordas tudo isto como se fosse ontem. Alíás, faz dentro de dias 11 anos que fui ao Quénia, duas semanas mágicas, e acho que ainda sinto o calor, a humidade, os cheiros e a poeira na pele.

Bid disse...

Mary: Olha que está mais perto que tu pensas! São só 2h e pouco.. Já fizeste viagens bem mais morosas! =P Tens de ganhar a coragem, pois ganhas mais do que ficar na zona de conforto. Como dizem, o que custa é começar, por isso força =)

VerdezOlhos: Para mim foi! Tudo o que não conto, e as que ficam por contar, estão guardadas como um filme. Teve capítulos de tal! Já estou cheio de saudades, queria mais =)

Margarida: Foi a minha primeira experiência em África por isso não sei como é o Quénia, mas até gostaria de saber! =) E sim, estes momentos assim guardo-os bem na memória! O cheiro ainda o sinto pois trouxe alguns pedaços de lá e quando chego ao meu quarto fazem-se sentir =)

Anónimo disse...

Adoro as tuas fotografias!! Lindas =)

Bid disse...

Miss Pink: Obrigado =)