Levo o que nunca pensei ter levado...

Sou um gajo de ciências. As coisas nunca surgiram do nada, sempre tiveram explicação.

Há certezas que o universo proporciona mesmo no que não vemos: gravidade, eletromagnetismo e outras forças. Regi-me pelos mesmos princípios em sentimentos fortes. Tive confiança cega de que eram constantes e imutáveis, até porque o nosso tempo neste mundo é uma infinita parte que nem é tomada em consideração.

Para mim éramos dois corpos celestes que iríamos sofrer mutuamente a ação da força gravitacional atrativa e que assim seriamos para sempre. Esqueci-me que essa atração é proporcional às nossas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre nós. 

Assim, a sua órbita entrou na de outro corpo com maior poder de atração e o nosso universo, como conhecíamos, nunca mais será o mesmo. 

Ainda não consegui aperceber-me do impacto que isto teve em mim. Pelo que aconteceu já nem sei se era o meu Sol, outro planeta ou apenas uma lua. Quem girava à volta de quem? Nem sei se assim me mantenho como/onde estava ou se me vai levar para longe sem rumo.

Para já, vou tentar acertar a rotação sobre o meu próprio eixo e preocupar-me mais com o que/quem habitava em mim. Tenho que transformar toda esta dor e raiva em algo mais.




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