Levo o que não queria levar

Prometi a mim mesmo que não iria dizer mais nada.
Prometi a ela que não a chatearia mais com isto do amor que eu sinto.

Quebrei ambas as promessas e saíram-me todas as frustações das últimas semana numa viagem de carro. Saíram-me como uma avalanche impossível de conter. Tentei mais uma vez explicar tudo, em como me magoava ser ignorado, provei que não tinha respostas sequer às minhas propostas, voltei às mesmas juras de amor e que é preciso uma oportunidade para algo se alterar, e, perante o "não consigo", disse de novo que não falaria mais, que seria ali mesmo o fim. Mas abriu uma janela com um "amanhã falamos". Para mim, esta janela era do tamanho de um campo aberto e aceitei o "doce" como uma criança, mesmo sabendo que era errado e lembrando que os adultos tinham dito para não aceitar!

O amanhã tardou a chegar, esteve para não acontecer devido aos tropeções que sempre se fazem sentir. Aconteceu. Só que não trouxe nada com ele. Na dúvida que tivesse passado sem me aperceber ainda perguntei se havia algo. Não havia!

Deveria ter parado aí novamente. Qualquer pessoa teria parado aí, mas como um viciado voltei a falhar com ambos e no "desespero" enviei a mensagem:

"Pensava que irias dizer algo. É que preocupo-me realmente contigo e amo-te profundamente. Já o disse várias vezes mas volto a dizer uma última: acredito que posso levar esta relação a um patamar em que seja insubstituível. Sei que há coisas que temos que mudar, senão não teríamos acabado, e estou preparado para fazer tudo o que for preciso. Estou disposto porque esta relação é importante para mim. Se queres que funcione, porque te preocupas comigo e gostas de mim ao mesmo nível, acredito que darás uma hipótese. Se genuinamente não queres lutar ou não queres permitir que eu lute por isto, é porque és tu que estás certa e é a relação errada."

Não obtive resposta escrita. Obtive a resposta em forma de mais uma falta de resposta.

Tive esperanças.




Se tive.


Amar é também aceitar.


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