Levo os pedidos inexistentes ou rejeitados

Durante 6anos nunca houve um pedido formal. Namorávamos sem nunca termos falado nisso. Sabíamos desde o primeiro momento que éramos um do outro e isso fez com que, a certo momento, um pedido de namoro não fizesse sentido. Foi tudo tão rápido e intenso que quando demos conta vivíamos juntos!
Já a falta de pedido de casamento foi diferente. Não surgiu por falta de capacidades financeiras para providenciar a festa que ela merecia. Nem mesmo para o anel havia. Sei que queria algo simples, mas não poderia deixar de lhe dar a presença de todos os seus amigos (que eram tantos), uma mesa corrida de madeira com grinaldas de luzes, flores de campo em todo o lado e um padre para ser a valer! Também desejava que esse dia, que registava o compromisso que já tínhamos dentro dos nossos corações, fosse como nos nossos sonhos.

A vida deu voltas que não esperava, é certo.

Recentemente, houve um pedido de namoro em forma de simples bilhete de escola, daqueles do SIM e do NÃO para colocar um X, houve um pedido de casamento que não foi levado a sério pelo momento e forma tosca com que foi feito e houve um pedido de casamento daqueles de joelho no chão, com anel e na presença de Deus.


Das três vezes não obtive resposta.
A escrever vejo que deveria ter parado na primeira...

..não estava habituado a isto.
É que quando nos amávamos não eram necessárias perguntas pois sabíamos as respostas.




Levo o toque de mão mágico


Por nós, por problemas, pela vida.
Muito ficou por ser feito.

Levo o que nunca pensei ter levado...

Sou um gajo de ciências. As coisas nunca surgiram do nada, sempre tiveram explicação.

Há certezas que o universo proporciona mesmo no que não vemos: gravidade, eletromagnetismo e outras forças. Regi-me pelos mesmos princípios em sentimentos fortes. Tive confiança cega de que eram constantes e imutáveis, até porque o nosso tempo neste mundo é uma infinita parte que nem é tomada em consideração.

Para mim éramos dois corpos celestes que iríamos sofrer mutuamente a ação da força gravitacional atrativa e que assim seriamos para sempre. Esqueci-me que essa atração é proporcional às nossas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre nós. 

Assim, a sua órbita entrou na de outro corpo com maior poder de atração e o nosso universo, como conhecíamos, nunca mais será o mesmo. 

Ainda não consegui aperceber-me do impacto que isto teve em mim. Pelo que aconteceu já nem sei se era o meu Sol, outro planeta ou apenas uma lua. Quem girava à volta de quem? Nem sei se assim me mantenho como/onde estava ou se me vai levar para longe sem rumo.

Para já, vou tentar acertar a rotação sobre o meu próprio eixo e preocupar-me mais com o que/quem habitava em mim. Tenho que transformar toda esta dor e raiva em algo mais.




Levo âncoras

Porque fiquei à espera? Porque não queria avançar. Porque avançar significaria aceitar um futuro sem ela e isso era algo que não estava preparado.

Levo a revolta

Sou calmo.

Revolto-me com injustiças.

Revolto-me quando não me conseguem entender.

Revolto-me quando assumem que não sou bom nas minhas intenções. 

Revolto-me quando se focam em 1 coisa má e não nas outras 999 coisas boas.

Perco-me quando é feito pela pessoa que melhor me devia conhecer.